Keeping My Secrets Alive

Quem um dia disse que o ser humano é, naturalmente, mau sabia do que estava a falar. Somos traídos pelos pensamentos mais absurdos e temos vergonha de assumir porque a nossa consciência os reprime. É isso. Estou de mau com o mundo. Estou de mau com as pessoas. As pessoas felizes enjoam-me. As pessoas felizes dão me náuseas. Não aguento ver felicidade à minha volta. Neste momento estou afastada do mundo. Afastada das pessoas. Só consigo falar com UMA pessoa. E já me consigo sentir uma pessoa melhor por, pelo menos, conseguir assumir isto. O mais irónico disto tudo é que englobo as pessoas nas minhas orações.

Se a culpa é minha por não ter tido a coragem de lutar por mim? Por não ter perdido tempo a tentar conhecer-me? Por seguir as orientações dos outros sem sequer questionar-me sobre isso? Sim, a culpa foi minha. A culpa é minha. Mas eu tenho, eu sei que tenho muita força para virar o jogo.

A minha infância e adolescência foi marcada por isso. Toda a minha vida lidei com pessoas que pensaram serem superiores a mim e que, por elas pensarem e agirem como tal, me fizeram acreditar que eu sou inferior. Mas hoje quem passa na rua de cabeça levantada sou eu. Porque consegui chegar onde muitos não chegaram. 

Não estou feliz com a vida que levo. Eu sei que sou uma eterna insatisfeita. Talvez, por isso, nunca vá ser verdadeiramente feliz. Porque eu quero mais, eu quero sempre mais. Estou para além do cansaço. Estou para além da depressão. Neste momento o que me move é a acreditação das outras pessoas. Por me sentir inferior. Porque nunca consegui descobrir-me a ponto de lutar pelo que quero.

Ninguém tem culpa. Excepto eu. Eu não sou uma pessoa má. Eu sei que não sou. Mas se esta "humilhação" for o combustível que preciso para pôr a minha vida andar, então vou guardá-la. Guardá-la para um dia conseguir dizer que fui capaz.

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